Até que um humano experimente a vida como um canino, é improvável que os debates sobre as emoções dos cães possam ser resolvidos. A maioria dos guardiões do cão, junto com alguns cientistas, argumentam enfaticamente que os cães podem "amar" e "odiar" - de maneiras geralmente semelhantes às dos humanos. Outros pesquisadores argumentam com a mesma veemência que os cães são incapazes de emoções complexas. E Mike Mendl, chefe do grupo de pesquisa em Bem-estar e Comportamento Animal da Universidade de Bristol, no Reino Unido, ressalta que as emoções são inerentemente privadas.
Os cães podem sentir emoções complexas.
Marc Bekoff, autor de "A Vida Emocional dos Animais: Um Cientista Líder Explora Alegria Animal, Tristeza e Empatia - e Por Que Eles Importam", está no campo de pesquisadores que argumentam que os cães sentem emoções. Bekoff diz que emoções são o que fazem com que animais, incluindo humanos, se comportem de maneiras diferentes em situações diferentes. Aqueles que concordam com Bekoff dizem que o amor de seu cachorro é o que faz com que ele abane o rabo e lamba o rosto quando você chega em casa. Seu cão pode odiar - ou pelo menos não gostar - seu gato, que coça o nariz a cada oportunidade há anos, e é por isso que ele rosna para ela quando ela atravessa a sala.
Os cães não podem sentir emoções complexas.
O veterinário da Pensilvânia Fred Metzger está entre os cientistas que argumentam que os cães não sentem emoções, incluindo amor e ódio. Os cães estão simplesmente fazendo o que precisam para conseguir o que querem ou para se manter longe do que não querem, de acordo com Metzger. Seu cachorro abana o rabo porque sabe que você vai lhe dar comida. Ele aprendeu que quanto mais ele abana o rabo, mais o humano responde com "presentes" que o beneficiam. O reverso é quando o seu cão rosna no seu gato. Ele simplesmente se lembra do gato coçando o nariz e quer manter distância para não se machucar.
Estudando a vida emocional dos cães.
A química do cérebro e estrutura responsável por emoções, incluindo amor e ódio, é semelhante em seres humanos e cães. Os cérebros dos cães liberam dopamina, uma substância química essencial para a emoção do amor, quando são felizes. Assim como os cérebros humanos, os cérebros dos cães liberam adrenalina - o elemento químico essencial para o ódio - quando estão com raiva. Pesquisas na Universidade Eotvos Lorand, em Budapeste, descobriram que os cães transmitem emoção em seus latidos, e até mesmo os seres humanos podem decifrar se a casca de um cachorro está expressando felicidade ou raiva. E pesquisas na Universidade Goldsmiths, em Londres, mostraram que os cães são empáticos com as emoções humanas.
Conclusão
Todo dono de cachorro provavelmente tem uma história ilustrando o amor ou o ódio de seu cachorro. Entre eles está a história de Rocky, o boxeador que, após duas experiências de quase afogamento, não pode ser induzido a chegar perto de um corpo de água. Quando a garota que o criou caiu em um lago, porém, Rocky mergulhou atrás dela e a trouxe para a segurança.
Em seu livro Através dos olhos de um cão (extraído aqui), Jennifer Arnold conta a história de um cão de serviço chamado Nick que ficou com uma criança morrendo. Quando a criança passou, Nick instintivamente confortou a mãe da criança e manteve suas emoções sob controle até que ele deixou o quarto do hospital. Depois de deixar a presença da mãe de luto, Nick entrou em colapso, gemeu e se recusou a andar por algumas horas. Um veterinário não encontrou nada fisicamente para explicar o comportamento de Nick. Arnold atribui isso ao peso de suas emoções.